quarta-feira, 6 de março de 2013

CONCURSOS PÚBLICOS: ATENÇÃO AOS DETALHES

Autor:  Prof. Jorge Paes Rios  -  Publicado no Jornal da ABES.

 Data: nov. 2001


Tendo trabalhado desde 1969 nos ramos da engenharia hidráulica, sanitária e ambiental em diversas empresas brasileiras ( HIDROESB, ESB, ENCIBRA, ENGEVIX, MULTISERVICE, SEAPLAN, etc...) e com uma carreira paralela de professor nessas áreas o prof. Jorge Paes Rios estagiou por diversas vezes em países do continente africano e europeu - seja como engenheiro no LNEC, em Lisboa, no Hydraulics Research, em Wallingford- Inglaterra e nos Laboratórios de Hidráulica no Porto, Chatou, Delft- Holanda , Luanda e Maputo - Moçambique, ou ainda como professor nas Universidades de Grenoble, Lisboa, Porto, Coimbra e Braga acumulando assim vasta experiência.

A partir da década de 90, com a crise da engenharia no Brasil, o professor Rios prestou diversos Concursos Públicos, sendo que em alguns obteve ótima colocação, ficando em 1. lugar nas provas da SERLA, CAEMPE, CET-RIO, CEFET-RJ, MPU. Sendo aprovado ainda na CEDAE, TRT, ANA e outros.

O Prof. Jorge Paes Rios, muitas vezes, foi procurado por pessoas, geralmente ex-alunos, que desejavam saber informações e detalhes sobre Concursos Públicos, bolsas de estudos e estágios.

O professor-engenheiro esclarece que cada experiência é muito particular, tendo em vista a formação e as condições de cada indivíduo e, também, as características de cada caso.
Quanto a bolsas de estudos e experiências de vida no Exterior estas foram relatadas e publicadas no Jornal da ABES-RIO, NA DECADA DE 80, e encontram-se reproduzidas na página em BOLSAS NO EXTERIOR.


A seguir, o professor apresenta algumas dicas para quem quer se preparar para Concursos Públicos:


1 - Escolha do Concurso:   Essa é a decisão mais importante. Deve-se partir do pressuposto que o candidato saiba quais os assuntos QUE ELE DOMINA OU É ESPECIALIZADO. Não adianta ficar atirando para tudo quanto é lado. Isto só vai gerar perda de tempo e dinheiro.
Concentre-se ao máximo na sua especialidade. Se você não tiver nenhuma tente se preparar fazendo CURSOS DE ESPECIALIZAÇÃO. E aí cada caso é um caso.


2 - Estudo das Matérias Específicas:   Novamente cada um é que deve saber quais as matérias que deve dominar dentro da sua especialidade e cada um sabe onde o calo aperta. Mas não esqueça que quanto mais você souber sobre assuntos paralelos que estão interligados com a sua área melhor. Por exemplo, existem profissionais que trabalham com Recursos Hídricos e são excelentes em Hidrologia que não possuem a menor noção de como funciona a Ecologia de um Curso d' Água e vice-versa. Acontece que na prática, muitas vezes, não se pode separar a quantidade da qualidade da água.
A curiosidade é a base de todo conhecimento.


3 - Estudo das Matérias de Conhecimentos Gerais:   O segredo aqui é você estar sempre preparado para o que der e vier, pois geralmente não há tempo hábil para estudar tudo depois que sai o Edital do Concurso. Vá se preparando em matérias que normalmente são exigidas: Português, Matemática, Conhecimentos Gerais, Raciocínio Lógico, Informática, etc... Se você possui deficiências antigas e sérias em Língua Portuguesa arranje desde já uma boa GRAMÁTICA. Nunca é demais e serve para a vida toda.....Mas não perca tempo estudando por dez livros de gramática diferentes.


4- Métodos de Estudos:   Não existe receita de bolo. Novamente cada um é que sabe de si e onde o calo aperta e dói. Alguns preferem estudar de dia , outros tem maior rendimento à noite. Estude sempre muito, mas não adianta forçar a barra, isto é, quando o cansaço bater vá dormir ou passear. Mas se você se cansa à toa e não consegue estudar um mínimo de 4 horas seguidas sem perder a concentração aí acho melhor procurar ajuda médica ou psicológica. Não esqueça de melhorar o seu ambiente de estudo ao máximo e não deixe NENHUM assunto importante pendente para ver depois. Outra dica: Estudar em grupo pode ser uma grande perda de tempo.


5- Livros e Materiais de Estudo:   São muito importantes, sobretudo a qualidade dos mesmos. Mas não perca tempo com repetições inúteis. Eu gosto de brincar com meus alunos dizendo que os melhores livros são os mais finos e fáceis de entender rápido. Livro grosso e complicado demais, às vezes, só atrapalha. Todavia não esqueça de se exercitar. O segredo da aprovação num Concurso pode estar na rapidez e na quantidade de exercícios que você foi capaz de resolver. Faça o maior número de PROVAS E TESTES possíveis.


6 - Escolha da instituição:   O salário é muito importante mas não é o principal. Existe a satisfação pessoal. Não esqueça que normalmente você vai passar a maior parte de sua vida no seu trabalho.


7- Atenção para o Edital:    Deixar de ler detalhadamente e de estudar as informações fornecidas pelos EDITAIS relativas aos concursos pode fazer com que os candidatos sejam eliminados.
Um aluno do MBA do FUNCEFET-RJ que estava preparado para fazer o concurso público de uma Estatal não reparou que o Edital pedia para que, no dia da prova, os candidatos levassem diploma e carteira de trabalho. Resultado: Meu ex-aluno perdeu a oportunidade de trabalhar na estatal e ainda levou um prejuízo referente à taxa de inscrição. Erros como esses são muito comuns. Isso porque os candidatos simplesmente não lêem o edital, quando deveriam estudá-los nos mínimos detalhes.
Não acredite que todos os concursos são iguais. Cada concurso tem sua particularidade. Para a Polícia Federal, por exemplo, o candidato teria que apresentar a documentação no dia da matrícula do curso de formação. Também podem ser eliminados aqueles que não dão a devida atenção à forma como se deve apresentar a documentação, sobretudo para os Concursos que tem provas de Títulos. Há concursos que exigem originais de identidade e diploma. Outros, cópias dos documentos. E também existem aqueles que pedem cópias autenticadas.

São pequenos detalhes, aliás, que podem representar prejuízo sério para os candidatos. Mas o EDITAL É A LEI DO CONCURSO PÚBLICO =DURA LEX SED LEX. Vale o escrito, sempre. E não adianta chorar. Por exemplo, pode-se citar o caso de testes que exigem apenas o uso de caneta esferográfica preta, e não azul ou vermelha e vice-versa. E ainda o fato de que, em algumas provas, uma questão errada elimina outra certa. Ou seja, o ideal é não responder aleatoriamente às perguntas. Ignorar informações como essas pode ser fatal. Como saber, por exemplo, que o concurso permite consulta na prova? E, se permite consulta, que TIPOS DE livros levar?


Ler o EDITAL COMPLETO e não só o RESUMO é fundamental. Afinal, seu conteúdo é a base para contestar qualquer procedimento durante a seleção.


DICAS = CONFIRA TODO O EDITAL = veja o que é preciso conferir


EDITAL:  Cada concurso é um concurso. Ou seja, mesmo quem faz vários deles deve ler todos os editais.
INSCRIÇÃO E LOCAL DAS PROVAS:  Pagar a taxa não garante a inscrição. Há quem seja eliminado porque pagou em cheque, quando o edital exige pagamento em espécie. Cheques sem fundos são o alvo.Alguns concursos exigem confirmação das inscrições.


IDENTIDADE:  Quem perdeu a identidade, não fará a prova só com o protocolo ou a cópia autenticada. Deve levar carteira de trabalho ou passaporte, entre outros documentos específicos. Se tiver perdido tudo, apresentar ocorrência policial referente à perda. O melhor é entrar em contato com a Coordenação do Concurso antes das provas.


LIVROS e MATERIAIS:  Há concursos que permitem consulta. Acontece de o candidato não verificar a lista autorizada. Há editais que pedem caneta preta. Nem a azul é aceita.Geralmente calculadoras são proibidas.


PROVA:  Há provas em que não se deve marcar aleatoriamente. Está lá no edital: cada questão errada anula uma das certas.


DOCUMENTO:  Há concursos que pedem que o candidato leve, no dia da posse, documentação. Detalhe: devidamente autenticada.


TÍTULOS:  Alguns exigem a comprovação de títulos na inscrição ou na prova e a apresentação de CURRICULUM VITAE em formulário próprio para aquele concurso específico.


DESEMPATE:  Não são só as notas ou os títulos que desempatam. Em geral, a preferência é para o candidato mais velho.


RECURSOS:  É comum que os candidatos percam o prazo de recurso, que, normalmente, é de dois dias e podem possuir formulário próprio.

610 vagas para fiscais da natureza

Por Fabiana Ribeiro - Caderno Boa Chance do Jornal O Globo - ABRIL 2002

 

Ibama abre inscrições para concurso que aceita quem tem nível superior em qualquer área
Fiscalizar a natureza. E ainda ganhar R$ 2.548 por isso. Nada mal para quem tem formação superior em qualquer área e está disposto a concorrer com outras 80 mil pessoas por uma vaga no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Começam amanhã as inscrições para o primeiro concurso da entidade, que está criando o cargo de analista ambiental e vai abrir 610 vagas. Deste total, 20 são para escritórios na cidade do Rio e um número ainda não fixado para paraísos naturais do estado, como as Ilhas Cagarras - do lado de lá da Praia de Ipanema - e reservas em Arraial do Cabo e Angra dos Reis.
Pelas previsões do Ibama, cada vaga será disputada por, pelo menos, 130 candidatos. E, nessa seleção, os futuros fiscais da natureza vão ter de mostrar que entendem de ecologia. Afinal, serão responsáveis por traçar políticas, fiscalizar áreas de conservação, controlar uso de recursos naturais e proteger ecossistemas.
- A pequena quantidade de cursos de ecologia fez com que buscássemos gente de diferentes formações. O que é bastante enriquecedor para a criação dos programas do Ibama. Imagino o instituto com biólogos, jornalistas e ainda com aquele físico nuclear altamente especializado - afirma Ana Maria Evaristo, coordenadora de modernização do Ibama.
Mas fiscal de verdade não fica preso em escritório, não. É o que lembra Pedro Leão, coordenador geral de Recursos Humanos do Ibama. Os aprovados, principalmente os alocados em unidades de conservação, deverão ir a campo para ver de perto como estão a fauna e a flora da região:
- Estes aprovados vão trabalhar em cenários de dar inveja. Mas, em alguns locais, é preciso ainda criar condições de trabalho. É o caso das Ilhas Cagarras. Como ir e voltar todos os dias para casa? E como o funcionário ficaria por lá? São questões que o Ibama ainda terá que resolver. O que é certo é que falta gente para que possamos proteger mais a natureza.

Atenta à oportunidade, a química Ticiana Silva se dispõe a trocar as escolas em que dá aula pelo Ibama. Ela está fazendo curso de especialização em meio ambiente, na Unigranrio, e pretende atuar na área com que mais se identifica, tendo um bom salário e estabilidade garantidos.
- Eu não vou estudar para esse concurso apenas por intermédio de apostilas. Vou utilizar, nessas provas, os conhecimentos que adquiro no curso. Aliás, esta também é uma maneira de me preparar para ser uma boa fiscal do Ibama - acentua Ticiana.

Mais 1.400 técnicos poderão ser contratados

Candidato deve dar atenção a temas ligados a meio ambiente, sem esquecer de estudar português, diz o professor.
Além das 610 vagas oferecidas pelo atual concurso, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deverá abrir outras 1.400 oportunidades de emprego. Isto porque a União já aprovou a contratação pelo instituto de duas mil pessoas, nos próximos dois anos.
Segundo Pedro Leão, coordenador-geral de Recursos Humanos do Ibama, a oferta gradativa de vagas permitirá que a entidade se organize melhor para receber os novos funcionários. Mesmo porque, continua, hoje ainda não estão definidos os locais em que as aprovados vão trabalhar. Ou seja, apesar de haver vagas nas unidades de conservação, não se sabe quantas serão destinadas, por exemplo, para as Ilhas Cagarras, Poço das Antas (Silva Jardim), ou Floresta da Cicuta (Barra do Piraí). Será feita análise, ainda, para estabelecer onde há mais urgência de se alocar pessoal.
Aprovados vão passar por curso de capacitação
A veterinária Isabela Ciniello Araujo não quer saber de esperar e, por isso, inscreveu-se num curso voltado para legislação ambiental.
- Além das aulas, aproveito os intervalos dos plantões para colocar as matérias em dia. Estudar é mais que fundamental - comenta Isabela, que também pretende se inscrever em outros concursos ligados ao meio ambiente.

O professor Jorge Rios, do Clube de Engenharia, diz que os candidatos devem dar atenção aos temas ligados à ecologia. Não devem, porém, esquecer as lições de português. Muitas vezes, diz, é esta disciplina que salva o profissional:
- É claro que é muito importante entender de legislação ou gestão ambiental. Afinal, esses são os conhecimentos específicos das provas. Mas quem é fraco em português deve reforçar os estudos - explica Rios, que já foi aprovado em seis concursos.
De qualquer forma, não vai bastar tirar boas notas para provar que entende de ecologia. Também será preciso, lembra Leão, participar do curso de capacitação do Ibama. É neste curso que os aprovados vão entender os critérios de análise de recursos naturais, assim como tirar suas dúvidas referentes à ecologia:
- O curso é fundamental no processo de adaptação dos novos funcionários e para que os profissionais entendam como funciona o Ibama.
Mas nem tudo é boa notícia no Ibama. Os atuais funcionários - que têm, em média 13 anos na casa e vieram de outros órgãos do governo - estão questionando o fato de não estarem enquadrados na mesma categoria salarial dos novos concursados. Eles querem fazer parte do mesmo plano de cargos e salários dos analistas ambientais:
- O concurso é mais que necessário. Só que o governo precisa reconhecer que nós fazemos parte do Ibama e, portanto, não é justo que fiquemos de fora deste plano de carreira - diz Lísia Vanacor, vice-presidente da Associação dos Servidores do Ibama do Rio (Asibama/RJ).
Regras para o concurso do Ibama.


INSCRIÇÕES: As inscrições ficarão abertas de amanhã até 3 de maio. Os interessados devem comparecer a uma agência credenciada da Caixa Econômica (como a da Avenida Rio Branco 125, Centro), levando cópia da identidade. Taxa: R$ 60. Serão aceitas inscrições por procuração e via internet (www.cespe.unb.br). O salário inicial é de R$ 2.548.

CARGO: Do total de 610 vagas, 20 são para os escritórios do Rio e um número ainda não definido para as 12 unidades de conservação do estado, como áreas de proteção e reservas biológicas das Ilhas Cagarras, de Arraial do Cabo, Angra dos Reis, Silva Jardim (Poço das Antas), Barra do Piraí (Floresta da Cicuta), Casimiro de Abreu, Petrópolis etc.

FUNÇÕES: Planejar, criar e desenvolver políticas para o meio-ambiente, proteger ecossistemas, fiscalizar o uso de recursos naturais e estimular a educação ambiental.
PROVAS: O concurso exigirá conhecimentos de português, matemática, informática, conhecimentos gerais e específicos. As provas objetivas serão em 8 de junho.

CURSOS: Há uma série de cursos para preparar candidatos ao concurso do Ibama. Como o de Analista Ambiental, da Estácio de Sá (2563-0000), que sai a R$ 510; e os de Ecologia, Biodiversidade, Português e Matemática, do Clube de Engenharia (2509-6177), cada um a R$ 75.

CONCURSO PÚBLICO E O PREÇO DA TERCEIRIZAÇÃO

Artigo: Prof. Jorge Paes Rios 
Ano: 2002.

As revistas e os jornais especializados tem afirmado, seguidamente, que a utilização de firmas ou cooperativas prestadoras de serviço podem custar muito mais que o previsto aos cofres públicos sejam municipais, estaduais ou federais. Em alguns casos os gastos podem chegar ao dobro ou mesmo ao quádruplo.

Quando um Ministro perguntou ao motorista que o servia o valor do seu salário foi informado que o mesmo percebia mensalmente a quantia de R$ 300,00 e que custava mais de R$ 1.200,00 aos cofres públicos. Para cada trabalhador terceirizado o gasto adicional é de mais de 150% do valor de seu salário, chegando até a 250%. Esse é o preço da terceirização para o contribuinte. E muitas vezes o próprio Governo não possui qualquer controle sobre o número de funcionários terceirizados que prestam serviços para ele mesmo.

Mas o custo do trabalhador não deve ser a única preocupação do governo, que deverá adotar medidas para controle das terceirizadas. Existem trabalhadores terceirizados que atuam em setores estratégicos do Governo, o que é um absurdo, uma vez que ninguém pode servir a dois senhores ao mesmo tempo - ao Governo e à própria Empresa.

O Ministério Público do Trabalho proibiu a contratação de Cooperativas que não pagavam direitos trabalhistas aos empregados. Só é permitida, atualmente, a contratação de empresas de locação de mão-de-obra, que embutem nos seus custos os direitos trabalhistas dos funcionários e os seus lucros, cada vez maiores. Acontece que muitas sequer repassam ao governo o dinheiro do FGTS.

A solução está no concurso público para os serviços chamados de "atividades fim do Estado" o que, na prática, significa reassumir o compromisso com o serviço público de qualidade.

Concursos Públicos - Eles chegaram na frente

Artigo: Fabiana Ribeiro - Caderno Boa Chance do Jornal O GLOBO - 25 de julho de 2004


Não existe fórmula mágica para ser aprovado em concursos públicos. A não ser estudar, estudar e estudar. O que significa formar conhecimentos sólidos na área em questão. Além de ter tranqüilidade durante a prova. Quem diz isso são candidatos não só aprovados, mas aprovados em primeiros lugares de concursos públicos.


A engenheira Joan Souza foi a número um em dois concursos: um da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e outro do BNDES, onde ficou por cinco anos. Conseguiu a proeza, diz, porque estava determinada a usar os concursos para conseguir um emprego estável, com boa remuneração. E porque, conta, fez muitas provas anteriores, sem se preocupar com o número de candidatos que disputava com ela a mesma vaga:
— Decidi não me apavorar diante dos milhares de inscritos.
Até porque, boa parte não tinha condição de concorrer comigo — diz Joan, hoje fiscal da Receita Federal.
Investir no estudo de português é fator fundamental.

Jorge Rios é quase um candidato profissional: tem várias primeiras colocações no currículo, como a das seleções de Ministério Públicoda União, Cefet e CET-Rio. Além de um segundo lugar na Agência Nacional das Águas (ANA). Segundo ele, estudar português é fundamental:
— A vantagem de passar em todos os concursos é que o profissional pode trilhar a carreira. Mas, para isso, é importante dominar as disciplinas referentes à área e às demais que constam no programa. Se uma pessoa não é boa em português, nem adianta se inscrever.

Segundo Josiana Paganini, técnica em comunicação da Uerj, são os conhecimentos na área que garantem a aprovação. Diz isso porque também coleciona títulos: foi terceiro lugar nas provas da Uerj e do MEC e quarta colocada na Câmara de Deputados. Tem mais:
— É a boa formação, desde o ensino básico, que traz capacidade de raciocínio e de argumentação, item fundamental para as provas discursivas.

Aprovação em concursos públicos conta pontos numa nova seleção
Ser aprovado em concurso público conta como título em outro concurso público. Ou seja, tem peso na classificação final de um candidato e pode ser usado como critério de desempate em outros processos de seleção. Para os primeiros colocados, garante ainda pontos extras no currículo, observam especialistas.
Segundo Marco Aurélio Guimarães, gerente de concursos do Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ, entidade que organiza concursos públicos, há profissionais que, sabendo do valor da aprovação em concursos, participam de vários processos de seleção:
— Por isso, há quem se inscreva em concursos de prefeituras só para acumular pontos e ajudar em sua aprovação.

Guimarães acrescenta que estar entre os primeiros colocados exige muito mais do que aprovações anteriores. É preciso estar se dedicando aos estudos há alguns anos.
— Há candidatos que chegam a passar, de primeira, em primeiro lugar. Mas esse candidato é uma exceção. A vantagem é que ele tem nas mãos o poder de ir em busca do emprego público que ele considera ideal — diz Guimarães.
A busca pelo emprego ideal foi o que levou a advogada Lia de Alencar a escrever o livro “Como vencer a maratona dos concursos públicos”, lançado no início do mês pela Editora Ferreira. Na obra, ela conta, com bom-humor, como é possível passar nessas seleções.
‘O candidato bem preparado disputa com outros três’
Lia mostra como se organizar nos estudos e destaca o peso do apoio e da compreensão da família. Além da importância da perseverança de cada um. Isso porque, também para a autora, estudar é o fator que leva à aprovação.

Para Sylvio Motta, coordenador da Companhia dos Módulos e da Editora Impetus, os profissionais devem ter disciplina para estudar e se basear nas matérias que são pedidas nos editais dos concursos. Também é preciso observar, no edital, que tipo de prova está prevista. E qual é a entidade que está organizando a prova. Isso porque cada instituição tem seu estilo de concurso.
— O candidato bem preparado está disputando com, no máximo, três candidatos por vaga. E o maior concorrente dele é ele mesmo. Por isso, acredito que não exista susto para quem se prepara para o curso — acentua Motta.
Nesse preparo, Motta inclui a inteligência emocional. Ou seja, o candidato precisa desenvolver, em paralelo aos estudos, a auto-estima. E, acentua o coordenador da editora, essa parte nem sempre é a mais fácil:
— Muitas vezes, dá aquele branco. Ou, então, o profissional se pergunta o que está fazendo naquele concurso ou discute com o fiscal da prova. E isso prejudica muito.

 

No dia da prova


HORA: É importante que o candidato chegue ao local da prova com antecedência de um período que varia de meia a uma hora. Assim, não corre o risco de ficar nervoso por conta de atraso, nem fica ocioso por muito tempo.

CONCORRENTES: É comum o candidato se assustar com o número de concorrentes, o que pode prejudicar seu desempenho. Nessa hora, vale lembrar que nem todos se prepararam.
PROVA: Segundo professores, os candidatos devem ler as instruções da prova com calma e ter bastante atenção aos enunciados. Diante de uma questão complicada, passe adiante.

VÉSPERA: A máxima de que não vale pegar em apostilas na véspera da prova deve ser respeitada. A ordem é desacelerar.
Antes da prova

ESTUDO: Fazer testes aplicados em concursos anteriores é fundamental. Assim como ler muito sobre temas normalmente explorados.

TEMPO: O candidato precisa organizar seu tempo, principalmente se estiver cumprindo dupla jornada: estudando e trabalhando. Fixar horários para diferentes disciplinas pode ajudar.

SONO: Em época de estudo, aliás, é importante dormir bem. É o caso de se impor limites aos livros, mas também evitar noitadas.

TRANQÜILIDADE: O profissional precisa se preparar psicologicamente para os exames, o que significa estudar com tranqüilidade e não se preocupar com o número de concorrentes. Nem com o nível de dificuldade da prova. O importante é se manter concentrado.

terça-feira, 5 de março de 2013

AVALIAÇÃO DOS CURSOS DE GESTÃO AMBIENTAL

Esta foi a II MESA REDONDA organizada para  AVALIAÇÃO DOS CURSOS DE GESTÃO AMBIENTAL  (realizada no Clube de Engenharia) com a presença de todos os Cursos de Tecnólogos de Nível Superior do Estado do Rio de Janeiro convidados pelo Clube de Engenharia.
Pode -se tirar algumas CONCLUSÕES e AVALIAÇÕES sobre este tipo de curso superior ainda novo no Brasil.


















 

HIDRAULICA AMBIENTAL / EMISSARIOS SUBMARINOS / MODELOS FISICOS E MATEMATICOS

Coloco a disposição para consultas e comentários alguns VIDEOS da palestra realizada no clube de engenharia do Rio de Janeiro. Espero com isto ajudar alguns alunos e pessoas interessadas nestes TEMAS.

  PALESTRA / AULA SOBRE HIDRAULICA AMBIENTAL /  EMISSARIOS SUBMARINOS / MODELOS FISICOS E MATEMATICOS





sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

ESTUDOS SÓCIO-ECONÔMICOS E DE DEMANDA DE ÁGUA PARA A RMRJ*

Este artigo foi publicado originalmente no ano 2000.

Estação de tratamento de água de Guandu. Fonte: UniCedae.

ESTUDOS SÓCIO-ECONÔMICOS E DE DEMANDA DE ÁGUA PARA A RMRJ*
Prof.: Jorge Rios – Perito Ambiental da PGR
Profª.: Simone Geane Berger – Economista. Pref. Municipal do Rio de Janeiro

1 - Introdução:

Garantir o fornecimento de água a uma comunidade, em quantidade e qualidade adequadas significa – em essência – praticar um ato de justiça social.

A elaboração do "Plano Diretor" (PDA – RMRJ) não é, em absoluto, um fato isolado sem qualquer repercussão positiva em favor das comunidades envolvidas, mas constitui-se de fato, na conclusão de mais uma importante etapa de uma série de metas programadas que objetivam – fundamentalmente – a promoção e a preservação da saúde pública.

O PDA mobilizou todos os segmentos da sociedade no sentido de participarem ativamente dos trabalhos. A sociedade se fez representar por entidades de classe e de companhias municipais e estaduais, que acompanharam "pari passu" todas as fases do serviço, contribuindo efetivamente com inestimáveis benefícios à comunidade.

O produto final do "Plano Diretor" é composto de 47 relatórios, nos quais estão contidos análises, estudos, diretrizes recomendações que servem de instrumento deflagrador e norteador de uma política de abastecimento de água para a RMRJ.

No Relatório Final foram abordados os aspectos mais elevados contidos no "Plano Diretor" de modo a possibilitar ao leitor uma visão abrangente dos elementos nele contidos, bem como da concepção final estabelecida para diversos municípios.

Com índice médio de atendimento de água alcançando 71%, valor este que reduz para 48% se excluído o Município do Rio de Janeiro, a RMRJ requer medidas efetivas de grande envergadura, sem as quais corre-se o risco de aumentar ainda mais o "déficit" entre a demanda requerida pelas comunidades e a que lhes são realmente fornecidas. A implementação do "Plano" representa, em contrapartida, a elevação do nível de atendimento à população, mormente à áreas extremamente carentes como os municípios da Baixada Fluminense e de São Gonçalo.

Como o PDA – RMRJ foi elaborado pela ENGEVIX para a CEDAE em 1982 atualmente já existe a necessidade de uma revisão.

O presente trabalho é um resumo sintético do Relatório dos Estudos Sócio – Econômicos e de Demanda de Água da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, RP-000.1.001-revisão.1 - Volumes I e II.

Procurou-se incluir os aspectos relevantes dos estudos de demanda, compreendendo as conclusões e recomendações, diagnóstico e projeção do uso do solo, setorização da área, projeções demográficas e avaliação e projeção da demanda.

Na época do PDA, a área objeto de estudo correspondente à Região Metropolitana do Rio de Janeiro, era constituída de 14 municípios: Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Itaboraí, Itaguaí, Magé, Mangaratiba, Maricá, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Petrópolis, São Gonçalo e São João de Meriti. Os estudos de demanda foram desenvolvidos também para a sede municipal de Cachoeiras de Macacu, em razão de essa cidade ser atendida por um manancial que abastece também áreas da RMRJ.

Os estudos desenvolvidos sobre a ocupação da região e a evolução do uso do solo permitiram construir uma previsão detalhada sobre o seu desenvolvimento futuro e sobre os padrões de adensamento das diversas áreas. Foram identificadas as áreas não passíveis de urbanização, que ocupam uma parcela preponderante do território da RMRJ, constituindo-se basicamente de áreas com restrições topográficas, parques e reservas e áreas destinadas ao uso rural e igualmente as áreas de uso exclusivo e predominantemente industrial, áreas ocupadas por equipamentos institucionais, e as áreas já ocupadas ou disponíveis para a expansão urbana horizontal.

Os estudos demográficos basearam-se principalmente no Recenseamento Geral de 1980. A disponibilidade dos dados de um Censo contribuiu para a obtenção de uma base mais precisa para as projeções demográficas.

Os planos de desenvolvimento urbano existentes na época, em especial o acervo de estudos, diagnósticos e trabalhos de planejamento realizados pela FUNDREM, serviram instrumento essencial para as análises urbanísticas e forneceram as bases para a distribuição espacial da população projetada e da demanda de água.

No que se refere a parâmetros de consumo de água (cotas de demanda per capita, coeficientes de variação e índices de atendimento e perdas), não estão disponíveis dados sistemáticos e abrangentes, com representatividade de estatística. Nessas condições, foram examinadas as informações disponíveis, resultantes de diversos programas de pesquisa anteriormente realizados. Além disso, foram feitas pesquisas, através da análise de dados do Cadastro Comercial e execução de campanhas em áreas não medidas, dentro das condições dos prazos disponíveis.

O exame de dados detalhados do Censo Demográfico de 1980 revelou que a presença de domicílios secundários (ou de uso ocasional) é relevante em cinco municípios da RMRJ (Itaguaí, Magé, Mangaratiba, Maricá e Petrópolis) e na 21 ª Região Administrativa do Rio de Janeiro, correspondente à Ilha de Paquetá.

Para a avaliação da população flutuante, admitiu-se que poderia ocorrer a ocupação simultânea de até 100% dos domicílios, e que a relação de habitantes por domicílios seria a mesma observada em pesquisas realizadas pela CEDAE na Região dos Lagos e Teresópolis.

A população flutuante foi projetada para os anos de referência com base nas taxas de crescimento admitidas para as populações urbanas dos diversos municípios, estimando-se que se preserve a relação atual entre população residente e população flutuante. No caso específico da Ilha de Paquetá, admitiu-se o crescimento de sua população flutuante às taxas médias da população residente do Município do Rio de Janeiro, o que garante boa margem de segurança, tendo em vista que a população residente na Ilha apresentou forte decréscimo entre 1970 e 1980.

Para determinação das populações de saturação, foram estabelecidas densidades de saturação (expressas em habitantes/hectare) e a área disponível para ocupação residencial por zona de demanda, através da identificação e dedução das áreas non-aedificandi (parques, reservas, e terrenos acima da cota 100), áreas de uso militar e destinadas a equipamentos públicos de porte significativo, e áreas destinadas a uso industrial. As densidades de saturação são obtidas através de análises urbanísticas que consideram: a natureza dos tipos de ocupação que deverão predominar nas diversas regiões (em termos de distribuição do solo por tipos de uso e padrões de edificações e parcelamentos de terra); a legislação urbanística; as densidades hoje constatadas para áreas saturadas que servem de referência; e finalmente, as densidades observadas em grandes empreendimentos em desenvolvimento ou planejados, a exemplo de favelas urbanizadas, e programas do Sistema Financeiro da Habitação (PROMORAR, PROFILURB, CEHAB, INOCOOP).

Decidiu-se adotar o modelo exponencial de projeção para os municípios de baixa densidade anteriormente referidos. Nos demais casos, utilizou-se a função de regressão assintótica para as zonas de demanda que apresentam níveis elevados de adensamento (relativamente próximos da saturação) e a função logística nos demais casos, que correspondem a estágios intermediários no processo de adensamento.

2 – Resultados

Foram utilizados para os diversos municípios que constituem a Região Metropolitana, os dados de projeção da população resultante de estudo elaborada pela CEDAE. O Quadro 1 apresenta dados de população urbana utilizados no presente Plano Diretor, para a RMRJ; dados censitários para 1970 e 1980, e projeções para os anos de 1985, 1990, 1995,2000, 2005 e 2010.

A observação das taxas qüinqüenais de crescimento previsto para as populações dos diversos municípios revela situações muito diferenciadas em termos de ritmo de crescimento projetado. Para alguns locais diferenciados que apresentavam populações pequenas e baixos níveis de adensamento (como Itaboraí, Itaguaí, e Mangaratiba) prevêem-se um acelerado ritmo de crescimento populacional, a taxa da ordem de 5,5% ao ano. No outro extremo, estão áreas de ocupação mais consolidada (como Rio de Janeiro, Niterói e Nilópolis), para as quais o crescimento previsto da população é da ordem de 1,5% ao ano, inferior, portanto, ao mero crescimento vegetativo.

A metodologia utilizada consistiu na construção, num primeiro momento, de projeções para a população total do município e, posteriormente, na sua repartição segundo distritos e segundo áreas urbanas e rurais. No caso do Município de Cachoeira de Macacu, o exame dos dados censitários revela que ocorreu, para o conjunto do município, um crescimento modesto da população entre 1970 e 1980(cerca de 5,0% na década), e para a sede municipal em crescimento bem mais expressivo ( cerca de 29% na década).

A análise dos números permite concluir que devem estar ocorrendo transferências de população do interior para a sede do município. A aplicação da metodologia a este caso em particular conduziu à previsão de um crescimento excessivamente modesto para a sede municipal (cerca de 3% a cada 10 anos), contraditório com o crescimento observado entre 1960 e 1970 (37,96% ou cerca de 3,27% ao ano) e entre 1970 e 1980 (29,15% ou cerca de 2,59 % ao ano). Admitiu-se que seu crescimento se daria, a partir de 1980, à taxa média anual de 2,5% pouco inferior àquela observada na década de 70.

O objetivo central dos estudos consistiu em avaliar a demanda atual de água e sua distribuição espacial, bem como prever a sua evolução, nos horizontes do Plano Diretor. O Quadro 2 resume os principais resultados dessas avaliações.

O exame dos quadros revela que a demanda média (inclusive perdas), que foi calculada em 39,52m3 /s em 1980, deverá atingir em 2010 a 82,61m3 /s, caso sejam efetivadas medidas de controle de perdas. Mantidos os padrões atuais de perdas, essa demanda deverá atingir a 118,02m3 /s.

Fica evidente a importância econômica de um programa bem sucedido de controle de perdas.

QUADRO 1 - REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA, POR MUNICÍPIO (em habitantes)

MUNICÍPIOS
VALORES
OBSERVADOS






1970
1980
1985
1990
1995
2000
2005
2010
1. Duque de Caxias......
2. Itaboraí.....................
3. Itaguaí......................
4. Magé........................
5. Mangaratiba.............
6. Maricá......................
7. Nilópolis..................
8. Niterói......................
9. Nova Iguaçu.............
10. Paracambi.................
11. Petrópolis.................
12. São Gonçalo.............
13. S. João de Meriti......
14. Rio de Janeiro...........
404 496
14 072
17 468
83 841
6 125
6 500
128 011
292 180
724 326
22 149
154 612
430 271
302 394
4 251 918
554 935
23 652
76 267
163 906
8 094
19 602
151 700
400 140
1 091 702
27 434
202 146
614 688
398 686
5 093 232
661 578
31 919
101 048
198 471
10 136
22 677
160 434
439 596
1 247 614
32 347
239 899
733 791
436 234
5 474 597
780 964
42 668
129 867
235 894
12 454
26 188
169 031
480 981
1 410 116
37 686
277 620
871 361
474 149
5 585 289
916 278
55 469
163 800
277 069
15 111
30 226
177 585
525 061
1 583 658
43 484
318 764
1 035 991
513 025
6 245 537
1 071 728
71 096
204 326
323 382
18 191
34 902
186 193
573 014
1 773 705
49 787
363 819
1 239 963
553 550
6 638 213
1 252 875
90 205
253 441
376 692
21 820
40 349
194 942
626 596
1 986 378
56 660
413 381
1 500 984
596 414
7 038 605
1 467 033
113 697
313 856
439 389
26 149
46 734
203 913
688 395
2 228 600
64 190
468 169
1 844 983
642 305
7 449 231

TOTAL A RMRJ ......

6 838 363

8.826 184

9 790 341

10 807 268

11 901 058

13 101 869

14 449 342

15 996 644
FONTES: IBGE – Censos Demográficos de 1970 e 1980.CEDAE – "Projeção da População Fixa do Estado do Rio de Janeiro".




QUADRO 2 - REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO
Evolução Prevista da Demanda Média de Água (em m3/s)

DISCRIMINAÇÃO

1980

1985

1990

1995

2000

2005

2010
A - Demanda Total
exclusive perdas (1)

B - Demanda Atendida
exclusive perdas (2)

C - Demanda Atendida
inclusive perdas; Hipótese I (3)
D - Demanda atendida
inclusive perdas - Hipótese II (4)

32,55


22,13


39,52


39,52

36,24


29,35


52,41


45,15

41,20


39,14


68,89


48,93

46,24


45,32


80,93


56,65

51,88


51,88


92,64


64,85

58,39


58,39


104,27


72,99

66,09


66,09


118,02


82,61
Nota:

  1. A demanda total - exclusive perdas inclui a parcela relativa à população flutuante.

  2. Os índices de atendimento da demanda total são aqueles estabelecidos no PDA.

  3. A hipótese I prevê a conservação dos níveis atuais de perdas, avaliadas em 44% para o conjunto da RMRJ.

  4. A hipótese II prevê execução de um programa de controle de perdas, que seriam reduzidas para 20% a partir de 1990.
3 - Demanda em 2035

Com base nas projeções demográficas estabelecidas, em termos indicativos, para 2035, procedeu-se a uma estimativa da demanda de água naquele ano. Tal estimativa, cujos resultados são apresentados noQuadro 3, supõe que as relações, entre demanda de água e população residente, admitidas para 2010 continuem válidas para 2035.


QUADRO 3 - REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO
PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA PARA 2035 ( em 1 000 habitantes)

MUNICÍPIOS
HIPÓTESE DE PROJEÇÃO
MÁXIMA
MÍNIMA
MÉDIA
1. Duque de Caxias......
2. Itaboraí.....................
3. Itaguaí......................
4. Magé........................
5. Mangaratiba.............
6. Maricá......................
7. Nilópolis..................
8. Niterói......................
9. Nova Iguaçu.............
10. Paracambi.................
11. Petrópolis.................
12. São Gonçalo.............
13. S. João de Meriti......
14. Rio de Janeiro...........
3 302,0
432,9
1 034,9
1 004,2
70,1
96,2
261,8
1 076,0


4 041,0
132,3
951,5
4 480,0
959,0
10,700,0
1 910,0
178,8
486,7
647,6
39,6
67,1
233,6
870,0
2 836,0
82,9
675,0
2 482,0
773,0
9 090,0
2 279,0
275,4
694,9
783,1
51,2
78,2
240,6
969,0
3 216,0
107,9
780,1
3 237,0
834,0
9 955,0

TOTAL DA RMRJ .........
28 541,5
20 382,3
23 491,4

C. DE MACACU – SEDE
41,5
29,7
34,2

Para estes valores das populações as vazões para atendimento da RMRJ seriam respectivamente de 115,5 m3/s para a máxima, 96,2 m3/s para a média e de 83,9 m3/s para a mínima.
4 - Conclusão
Como resultado dos estudos e análises desenvolvidos, cabe a formulação das seguintes recomendações:
  • Demanda reprimida: tendo em vista que diversos bairros e localidades da RMRJ não são atendidos de maneira adequada existe uma demanda de água reprimida, o que fica evidenciado pelos quadros apresentados neste trabalho. Recomenda-se, portanto que esta demanda seja atendida de forma satisfatória.
  • Controle de perdas: os dados representados nos Quadros 1 e 2 revelam, por si sós, a conveniência de um programa de controle de perdas, que poderá, permitir, em 2010, uma redução no volume de água a ser produzido equivalente à aproximadamente a demanda atual da RMRJ. Recomenda-se a efetivação dos esforços, ou a formulação e implementação do programa de controle de perdas, pela companhia de saneamento, que deverá incluir a extensão da rede de micromedições, a realização de combates sistemáticos de vazamentos e a melhoria do sistema operacional como um todo.
  • Controle de desperdícios: deverá ser feita uma ampla campanha de educação ambiental, através da mídia, visando o controle dos desperdícios nas indústrias, no comércio e nos domicílios, tendo em vista o perigo de ter-se que enfrentar, em futuro próximo (em torno de 2015-2020), uma crise de racionamento de água semelhante à crise energética ocorrida em 2001-2002.
  • Importância do Rio Guandu: pode-se observar a importância do rio Guandu, através da transposição do rio Paraíba do Sul pelo sistema RIO-LIGHT, como principal manancial de abastecimento de água para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, devendo o mesmo ser preservado para tal finalidade tanto sob o ponto de vista quantitativo como qualitativo. Recentemente (07/01/2002) foi assinada a Lei 3760/02 que cria a Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio Guandu.
Bibliografia:
AZEVEDO NETTO, José M. Perdas, volume não faturável e desperdício de água. São Paulo, CNEC, 1981. (Trabalho apresentado no Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 11, Fortaleza, set. 1981).
BAPTISTA, Jaime Melo, Métodos de Redução de Consumos, Lisboa, LNEC, s. d. (Trabalho apresentado no Seminário sobre Problemas de Recursos Hídricos em Ilhas e Zonas Costeiras).
ENGENHARIA GALLIOLI, Estudos e projetos do sistema de abastecimento de água para osMunicípios de Niterói e São Gonçalo. (Processo n461. Rio de Janeiro, 1983. (Trabalho elaborado para a CEDAE).
ENGEVIX S.A. Plano diretor de abastecimento de água da Região Metropolitana do Rio de Janeiro; análise dos estudos e projetos existentes de abastecimento de água de Petrópolis.(Trabalho elaborado para a CEDAE/CAEMPE).
ENGEVIX S.A Plano diretor de abastecimento de água da Região Metropolitana do Rio de Janeiro; critérios para fixação da capacidade dos reservatórios de distribuição de água de abastecimento de cidades. Rio de Janeiro, jun.. 1984. (Trabalho elaborado para a CEDAE).
RIOS, Jorge Luiz P. & JATAHY, Carlos Maurício. Modelos matemáticos aplicados à engenharia hidráulica e de meio ambiente. Rio de Janeiro, 1983. (Trabalho apresentado no Simpósio Luso-Brasileiro sobre Simulação e Modelação em Hidráulica, Blumenau, 1983).
RIOS, Jorge Luiz P.; ORLEANS, Luiz Cláudio & SICILIANO, Marco Augusto. Sistema ENGEHID paramontagem de modelo matemático de malha hidráulica complexa. Rio de Janeiro, ENGEVIX S. A. , 1983. (Trabalho apresentado no Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, 12. Camboriú, SC. Nov. 1983).
* texto da palestra do dia 18/06 no clube de engenharia -18:00h.